sábado, 15 de dezembro de 2012

Propaganda do Corcel 





A história da linha Corcel, um médio
de sucesso da Ford que marcou três décadas

  
O Projeto Inicial

O Corcel foi um carro médio produzido pela Ford no Brasil, de 1968 a 1986.

Quando a Ford adquiriu o controle acionário da Willys Overland do Brasil em 1967, essa última estava desenvolvendo um projeto em parceria com a Renault, o projeto “M”. Esse projeto deu origem ao Renault 12 na França, e, com uma carroceria diferente, ao Corcel no Brasil.

Lançado inicialmente como um sedã 4 portas e a seguir como um coupé (em 1969), o carro foi bem aceito quando de sua estréia em 1968. O espaço interno e o acabamento chamavam a atenção, e as inovações mecânicas eram muitas, bem mais do que o seu concorrente direto, o VW 1600.
Eleito pela Revista Autoesporte o Carro do Ano em 1969, 1973 e 1979.
Em 1970 o Corcel GT (Gran Turismo) vinha com carburador de corpo duplo, pintura preta no capô e teto, já na lateral apenas uma pequena e estreita faixa, parecendo com um friso e com uma potência de 4 cavalos a mais. Em 1971 ocorreu a primeira remodelação, na qual modificou-se a grade central (ocorre a perda dos vincos em V e torna-se quadriculada com o símbolo retangular ao centro com a imagem do cavalo), os piscas saíram da grade e passam para baixo do pára-choque, o retrovisor de redondo passa para quadrado e as lanternas traseiras ficam de formato quadrado e dispostas duas de cada lado.
A fábrica fez algumas alterações na aparência geral do carro em 1973, deixando-o um pouco parecido com o Ford Maverick. A grade dianteira ganhou um símbolo redondo no centro (o famoso cavalinho) e a traseira recebeu lanternas maiores que da sua versão anterior, mas já em 1974 novamente foi trocada a grade dianteira, onde o simbolo voltou a ser quadrado e a ficar localizado na ponta do capô (alguns Corcel e Belina da linha 74 ainda ficaram com a mesma frente do 73). Os motores passaram a ser o 1.4 usado na linha GT, conhecido como motor XP(Extra Performance). Em 1975 o design era novamente retocado, aumentando a semelhança com o Maverick, sobretudo na traseira. Um novo componente se adicionava a família, o LDO(Luxuosas Decorações Opcionais), com acabamento interno luxuoso e teto revestido de vinil
Até 1977, este modelo foi recebendo retoques no acabamento, conservando entretanto a mesma aparência, até o lançamento da linha 1978 – era o Corcel II, basicamente com a mesma mecânica porém com uma carroceria totalmente remodelada, que em nada lembrava o modelo anterior. Em 1985, ganhou a frente do Del Rey (lançado em 1981 e ao qual deu origem – ver reportagem da revista Quatro Rodas de junho de 1981 que cobria o lançamento do Del Rey, sob o título A FORD APOSTA NO REQUINTE) e alguns retoques estilísticos, além de perder a expressão “II” do nome. Este modelo existiu até o ano de 1986, quando foi encerrada sua produção.
Ford Corcel GT
Um ano depois do lançamento do compacto Corcel, em 1969 a Ford percebeu a oportunidade de ampliar a família e se aproximar do público que sonhava com mais esportividade.O primeiro Corcel GT sim, era mais aparência do que esportividade (teto revestido em vinil e uma faixa no centro do capô e uma na lateral) o motor era o quatro cilindros de 1,3 litro com carburador Solex de corpo duplo; novos coletores de admissão e escape elevavam só a potência do 1,3 litro de 68 para 80 CV, um aumento de 12 CV para aumentar o ânimo da tropa, a aceleração e a velocidade máxima aumentaram um pouco, 0 a 100 km/h era feito em 18 segundos, com 138,53 km/h, em testes de época nas mãos do piloto Emerson Fittipaldi em interlagos este mesmo corcel atingiu velocidades superiores a 142 km/h, isso dependia da perícia do piloto e do acerto do motor (carburador bem regulado com uma mistura mais rica, e uma boa regulagem das valvulas) isso já era o bastante para fazer o corcel andar bem. O motor mais potente só viria no final de 1971, era o 1,4 litro de 85 CV que já era mais esperto na estrada e fazia ultrapassagens em quarta.
Ford Corcel Bino
Em 1970 a bino veiculos oferecia o kit preparação para a linha corcel que incluía o aumento da cilindrada do corcel de 1300 para 1500 cm³ (de 1289cm³ para 1440cm³), com a adoção de carburção dupla (com um coletor que aproveitava o carburador original e adotava outro igual), camisas, anéis, e pistões eram de maiores diâmetros, assim como o comando de válvulas e o curso do virabrequim que também era mudado para a obtenção de maior torque e deslocamento respctivamente, e mais o escapamento kadron, isso fazia com que o corcel desenvolvesse potência de 90 a 100 cv e fazia o carrinho a ter acelerações brutais de 0 a 100 km/h em 13s, 0 a 120 km/h em 20s, 0 a 140 km/h em 35s, e sua velocidade máxima era de 160 km/h testes de época apontavam que o corcel bino na estrada podia manter a velocidade máxima por longos períodos sem que o motor fervesse por falta de água ou por falta de lubrificação, lembrando que os corcéis de corrida que eram aliviados de peso e eram mais bem preparados atingiam velocidades superiores a 185 km/h. além da envenenada no motor a bino oferecia também faixas decorativas para o capô e para as laterais, painél completo com instrumentos colocados no console central e rodas de magnésio.
Ford Corcel GT XP
Em 1971 chegava o Corcel GTXP (extra performance ou desempenho extra) com capô preto fosco, teto revestido em vinil, faróis de longo alcance, painel com instrumentação completa, e tomada de ar.
No entanto o motor também fora mudado, elevando assim a cilindrada de 1.3, para 1.4 litro o que o fazia desenvolver potência bruta de 85 cv ante os meros 68 cv da versão 1,3. E também com o motor 1.4 o desempenho do corcel melhorou, fazia de 0 a 100 km/h em 17 segundos e atingia velocidade máxima de 145 a 150 km/h (valores muito bons para a época), o que colocava o Corcel entre os nacionais mais velozes.
A partir de 1973, toda a linha Corcel ganhava nova grade, com logotipo Ford no emblema redondo ao centro, outro desenho do capô, paralamas e lanternas traseiras. As versões cupê, sedã e belina passavam a ser equipadas com o motor do GT XP de 1,4 litro. O “esportivo” trazia duas faixas pretas paralelas no capô e nas laterais e também faróis auxiliares de formato retangular na grade, esta também de desenho diferente.
A segunda fase: o Corcel II
No final de 1977 chegava às ruas o novo modelo: o Corcel II. A carroceria era totalmente nova, com linhas mais retas, modernas e bonitas. Os faróis e as lanternas traseiras, seguindo uma tendência da época, eram retangulares e envolventes. A grade possuía desenho aerodinâmico das lâminas, em que a entrada de ar era mais intensa em baixas velocidades que em altas. O novo carro parecia maior, mas não era. A traseira tinha uma queda suave, lembrando um fastback. Um fato notável no Corcel II era a ventilação dinâmica, de grande vazão, dispensando a ventilação forçada. O carro ficou mais macio e confortável. O Corcel II, quando chegou em 1978, veio com o mesmo motor do Corcel I 1.4, só que com a potência cortada, se o Corcel anterior com o mesmo motor de 1.4 litro rendia 85cv e deixava muitos carros da época para traz, o Corcel II veio com o 1.4 litro de 72cv (55cv líquidos), o Corcel II era muito pesado para usar o 1.4, em função disso tinha um desempenho muito modesto (0 a 100km/h em 20,9 segundos e 135km/h de maxima) em relação ao antigo Corcel , mas a segurança, estabilidade e nível de ruído, já eram melhores do que o modelo anterior. Já em 1980 a Ford lançou como opcional para o Corcel II o motor de 1,6 litro com 1555cm³ com câmbio de 4 marchas, mas com relações mais longas e 90cv de potência bruta (66,7 cv líquidos). O Corcel II passou a andar um pouco mais rápido, fazia de 0 a 100km/h em medianos 17 segundos e a velocidade máxima passava a ser de 148km/h, o suficiente para andar junto do se u concorrente mais próximo, o Passat 1500, porém muito atrás da versão 1600 desse VW. As versões oferecidas eram Corcel II básica; L e a luxuosa LDO, com interior totalmente acarpetado e painel com aplicações em imitação de madeira; e a GT, que se distinguia pelo volante esportivo de três raios, aro acolchoado em preto e pequeno conta-giros no painel — nenhuma trazia, porém, o termômetro d’água. O motor do “esportivo” tinha 4 cv a mais, que não faziam muita diferença. Contava ainda com faróis auxiliares e pneus radiais. As rodas tinham fundo preto e sobre-aro cromado. Os concorrentes do Corcel II na época eram o Volkswagen Passat e o Dodge Polara, ambos veículos médios. Ofereciam desempenho semelhantes ao do Corcel, mas o carro da Ford era mais econômico, moderno e elegante, tinha interior mais confortável (particularmente os bancos), oferecia melhor acabamento e também mais robustez que o Polara. Em 1983, a Ford promoveu modificações no motor 1,6 o qual denominou de CHT (de “Compund High Turbulence”), cuja potência líquida na versão a álcool chegava a 73 cv, dando um fôlego extra ao Corcel, que chegava aos 150 km/h de velocidade máxima e atingia os 100 km/h em 16 segundos. Concomitantemente, a Ford lançou a versão de 1,3 litro do CHT para o Corcel, que, com a potência líquida de 62 cv, atingia modestos 143 km/h de velocidade máxima, e chegava aos 100 km/h em 20 segundos. Mesmo com a melhora de performance da versão 1.6 e com o aumento da gama de opções, o Corcel se tornava obsoleto diante da concorrência que oferecia carros como o Chevrolet Monza, por exemplo, lançado em 1982 que, mesmo com desempenho semelhante na versão 1,6, era um carro mais atual. Adicionalmente o Passat, mesmo com projeto originário dos anos 70, atraía consumidores pelo seu desempnho, por possuir um motor bem mais eficiente que o do Corcel. Porém, o fim do Corcel começou a ser desenhado com a chegada, no Brasil, do Ford Escort que, mesmo trazendo os mesmo motores CHT, possuía desempenho e consumo melhores que o do Corcel, além de ser um projeto mais moderno, com motor transversal.
O Corcel teve seu fim deceretado em 1986 quando depois de passar por sua última mudança em 1985, não teve a aceitação que era esperada. Já a nossa velha Belina foi feita para ser um veículo familiar que tivesse conforto, porém não muito desempenho. A Belina sempre teve motores para apenas poder carregar o seu próprio peso, não sendo um carro que desenvolvesse altas velocidades. A Belina foi lançada em 1970, sendo a primeira station wagon a ser produzida no Brasil e com o tempo tornou-se um dos carros usados mais valorizados. As suas modificações acompanharam as do Corcel, ou seja, também teve suas mudanças significativas junto com seu carro de derivação. Em 1982 foi lançada a Belina movida a álcool original de fábrica, a qual não aprensentou nenhum problema de corrosão em sua mecânica. Em 1985 foi ela foi lançada na versão 4×4, tendo as mesmas qualidades da outra versão. E em 1987, quando o Corcel II teve sua produção interrompida, ela passou a se chamar Del Rey Belina e assim teve melhoras de acabamento e conforto. A Belina foi produzida até 1991, quando teve seu fim decretado para dar lugar a carros com mais tecnologia, como a perua Versailes.

http://gustavodocorcel69.wordpress.com/2010/12/29/historia-do-corcel/